Se você prestar atenção às notícias relacionadas ao ramo da música (como um profissional de negócios da música - você deveria prestar!), pode ter percebido uma tendência peculiar de uns tempos para cá.
Nos últimos anos, a prática de comprar e vender catálogos de música vem ganhando força, com artistas como Bob Dylan e Pink Floyd vendendo a íntegra de seus catálogos de música para fundos de investimento. Dependendo de qual catálogo é, pode custar de milhares a milhões de dólares.
Então, por que alguém passaria a vida inteira construindo um catálogo de obras e depois o venderia - e ainda mais desconcertante: quem o compraria e por que? Bem, se você está planejando trabalhar no ramo da música, vai querer saber sobre essa tendência de investimento, que é exatamente o que vamos explorar e explicar neste artigo. Vamos ao que interessa.
O que é um catálogo de músicas?
Simplificando, um apanhado de obras musicais produzidas por um determinado artista ou grupo, ou de propriedade de uma determinada empresa. Claro, é um pouco mais complicado do que isso quando você começa a se aprofundar ... A grande coisa sobre um catálogo de música é que ele pode realmente gerar dinheiro essencialmente por conta própria.
Possuir um catálogo de música no sentido do negócio da música é possuir os direitos sobre a música.
Sejamos claros: as pessoas não estão pagando milhões de dólares por uma discografia, elas estão investindo nos direitos da música em si. É o mesmo que qualquer outro investimento, na verdade – um valor para um ativo que gerará renda e, eventualmente, pagará por si mesmo e mais um pouco.
Dentre outras utilizações, os proprietários de catálogos ganham dinheiro com o licenciamento quando a música é tocada em comerciais ou programas de cinema e televisão. Eles também recebem royalties quando são transmitidos ou reproduzidos em um podcast ou rádio ou discos ou streaming, além de outros usos..
É claro que artistas e outras entidades que tradicionalmente possuem música, como gravadoras e editoras, tradicionalmente não estão interessadas em se desfazer de seus catálogos. Mas “o dinheiro fala”, e como a receita de turnês e apresentações ao vivo decaiu, temporariamente, durante a pandemia, o mercado de catálogos ficou em alta.
Isso é por que os artistas estão cansados de gerenciar, lançar ou tocar as mesmas músicas? Considerando as ferramentas disponíveis, temos que dizer que esse não pode ser o motivo. Então, o que é que faz com que os artistas vendam seus catálogos?
Como um artista de renome que ganha milhões com shows em todo o mundo, faria sentido vender seu catálogo - quando você realmente pensa sobre isso. Isso porque você não está vendendo os direitos de tudo o que fará - na verdade, você também não precisa vender os direitos de tudo o que já fez. Isso é por causa de algo chamado “catálogo anterior”.
Um “catálogo anterior” é o mesmo que um catálogo em essência, mas é um apanhado de trabalhos menos recentes. Se você é Bob Dylan e está sentado em casa escrevendo música nos últimos 2 anos, em vez de pegar a estrada e ganhar milhões, pode fazer sentido vender uma grande parte do seu catálogo por milhões e milhões de dólares Além disso, você sempre pode escrever mais!
Mas quem vai comprá-lo?
Por que investir em um catálogo musical?
Acontece que há muitos capitalistas e organizações investindo em catálogos de música. Fundos de investimento como o Hipgnosis e Primary Wave gastaram bilhões em direitos de compra de super-estrelas. Para entender o raciocínio por trás disso, você precisa se colocar como um investidor por um minuto.
No mundo dos investimentos, uma das principais características de um portfolio saudável é a diversificação. Possuir empresas, propriedades, ações, títulos e outros ativos. O problema é que, se uma classificação de ativo se torna obsoleta ou se deprecia por qualquer motivo, há uma rede de outros para absorvê-la.
Os investidores pareciam ter percebido que os grandes artistas estão mais dispostos a abrir mão de seus direitos. Para esse fim, os catálogos de música rapidamente se tornaram o item mais procurado de 2021. Stevie Nicks, Bruce Springsteen e Pink Floyd são outros grandes artistas que venderam a maioria de seus catálogos. Quando Bob Dylan vendeu todo o seu catálogo para a Sony Music, ele o fez por mais de US$ 500 milhões.
Faz todo o sentido! Bob Dylan provavelmente não ganharia meio bilhão de dólares em royalties antes de falecer, mas uma entidade como a Sony Music provavelmente estará por aí por tempo suficiente para ver um retorno. A Sony também não é a única entidade que paga muito dinheiro por catálogos antigos!
Fundos de investimento inteiros, como os já mencionados Hipgnosis, Primary Wave e gravadoras “majors”, estão investindo em catálogos musicais e se esforçando para recuperar esse capital na forma de royalties e acordos de sincronização.
É uma bolha? Esses grandes investidores não parecem pensar assim.
O negócio da música está sempre mudando.
À medida que os mercados continuam a mudar e mudar, torna-se importante ficar em sintonia com as tendências e oportunidades atuais e fazer excelentes negócios.
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