O em
presário, ou "personal manager", desempenha um papel muito significativo na vida e na carreira do artista. Este artigo vai explicar sucintamente esse papel e discutirá pontos importantes a serem levantados quando das negociações entre artista e empresário para a contratação deste.
O trabalho primário do empresário é servir de ligação entre o artista e os grupos ou indivíduos com os quais este vai lidar. Na indústria fonográfica, esses grupos ou indivíduos incluirão a gravadora, a editora, o advogado, o contador, etc. Além disso, o empresário geralmente tem experiência nos aspectos comerciais do "music business", o que pode ajudar a guiar o artista na sua carreira e no seu trato diário com as questões administrativas. Via de regra, o empresário vai orientar o artista em assuntos relacionados a marketing, publicidade, promoção e imagem. Consequentemente, é de máxima importância conseguir um empresário que efetivamente saiba o que está fazendo.
Uma vez que o empresário receberá um percentual do que você receber, você tem que ter certeza de ter o melhor pelo que está pagando. Alguns empresários assinam com o artista por uma percentagem de toda a receita e "ficam sentados", fazendo muito pouco por ele, porém esperando que este "corra atrás" sozinho e eles só tenham o trabalho de receber sua percentagem.
Conseguir um empresário pode ser tão difícil como conseguir um contrato fonográfico. De fato, o primeiro passo para se conseguir tal contrato é conseguir um empresário. Aqui vão algumas sugestões. Primeiro, pesquise dentre os profissionais da indústria do entretenimento: pessoal de estúdios, jornalistas, músicos, cantores e, ouso dizer, advogados especializados. O "boca a boca" e o "marketing pessoal" são as melhores rotas na indústria do entretenimento. O artista deve perseguir o objetivo de conseguir um empresário tanto quanto o de conseguir uma gravadora: enviar-lhe sua demo, convidá-lo aos seus shows, mandar-lhe releases, etc. Ainda que um empresário diga que só quer seu material se ele solicitar, mande assim mesmo, recomendação básica esta que não significa que todas as demos a ele enviadas serão ouvidas. Outro ponto importante é que se o empresário estiver no negócio há algum tempo, o artista deve procurar um advogado especializado para auxiliá-lo a entender e determinar quais os pontos importantes a serem contratualmente negociados.
Quando um artista e um empresário decidem que querem trabalhar juntos, eles fazem um contrato escrito. O propósito deste contrato é definir as relações entre ambos, além de resumir o papel de cada um neste relacionamento. Alguns artistas e empresários alegam ter um relacionamento profissional tão bom que um contrato é desnecessário. Na grande maioria desses casos, esse arranjo verbal até pode funcionar num dado momento, mas, decerto, não para todos. Um contrato é recomendado porque permite a ambas as partes definirem suas relações profissionais por escrito. Isto ajuda a evitar discrepâncias e divergências que poderão surgir mais tarde se as partes não exatamente, digamos, lembrarem como era seu acordo verbal. Como qualquer contrato na indústria do entretenimento, tenha a seu lado para orientá-lo um advogado desta área e que efetivamente conheça a indústria e sua prática de mercado. Existem termos nestes contratos que têm aceitação de praxe, mas existem pessoas que podem tentar tirar vantagem da ingenuidade e desconhecimento do artista.
Antes de um artista e um empresário assinarem um contrato escrito, ambos geralmente negociam os pontos que cada um acha importante sejam previstos no contrato. Acredite ou não, muitas negociações contratuais falham em estabelecer relações produtivas porque uma ou ambas as partes não discutem suas necessidades e interesses por medo de parecerem fracas. Se um artista diz a seu empresário "eu quero que você me faça um mega star em um ano", mas este é incapaz de atingir essa meta, deve discutir imediatamente com o artista suas metas e habilidades, ou, caso contrário, ambos podem adentrar numa lenta negociação e acabar por assinarem um contrato fadado ao fracasso em um ano, pois o empresário achará que o artista está fora da realidade e gastando seu tempo e o artista achará o empresário incompetente.
Essencialmente, a relação "artista e empresário" é baseada na confiança. Enquanto o artista tem autoridade total, o empresário deve ser capaz de lidar com os assuntos rotineiros do artista e tomar decisões quando este não estiver disponível, e.g., numa tournée ou gravação, sem precisar obter sua aprovação. Portanto, a um certo ponto, o artista precisará simplesmente confiar que o empresário aja em seu nome da melhor maneira.
No princípio da relação profissional, o artista deve dar ao empresário autoridade suficiente para conduzir seus assuntos diários, mas não a autoridade para que este assine documentos que obriguem contratualmente o artista a fazer alguma coisa, como por exemplo, gravações, edições ou merchandising. Ademais, deve ser permitido ao empresário receber e depositar dinheiro na conta e em nome do artista. Contudo, o artista pode escolher por esperar algum tempo antes de colocar o empresário na sua vida financeira. Uma vez que ambos trabalharão juntos e terão confiança mútua, é natural que gradativamente se aumente a autoridade e independência do empresário.
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